A Estrela na festa junina

                   
                      Recados para o Orkut!
                 Que saudades tenho das festas juninas na fazenda! Era a festa preferida do meu pai! Lembro que os homens reuniam-se na varanda resolvendo o que iam fazer para a animação da festa à noite. Papai mobilizava os empregados para construir o palhoção e a fogueira gigante. Nós nos dividíamos entre os preparativos gastronômicos e a ornamentação, embora todos dessem uma passadinha na cozinha para ajudar de alguma forma.Os milhos,chegavam novinhos, quebrados naquele momento, para nós. À partir daí, fazíamos um mutirão e colocávamos, literalmente, a mão na massa. Uns descascavam o milho, outros (inclusive os homens) ralavam-no e nós, as mulheres, colocávamos em prática os nossos dotes culinários no preparo de canjicas, pamonhas, milhos cozidos, bolos e cocadas,tapiocas,munguzás etc. De todas as comidas, a que eu mais gostava era um bolo feito na palha da bananeira e assado no forno da casa de farinha que lá existia, chamado manuê.Com café era uma delícia! Lembro também que papai encomendava um boi inteiro para a festa. Não que na fazenda não houvesse bois, claro que havia! Mas papai não matava os dele, ainda bem (eu não suportaria ver isso)! Lembro das crianças subindo e descendo das árvores e me pondo com o coração do tamanho de nada, pelo medo que eu tinha de que elas despencassem de lá e meu pai me chamando de paranoica, perguntando se eu nunca tinha sido criança e nunca tinha feito aquilo. Claro que fiz! E em uma das minhas aventuras, despenquei de um pé de jambo e fiquei sem fala! No fim, meu pai tinha razão e eu os deixava em paz.
               Bom mesmo era à noite! Além dos convidados que lá estavam, chegavam também os vizinhos. Meu pai contratava um conjunto que tocava e cantava o legítimo forró pé-de-serra a noite toda, enquanto nós dançávamos e brincávamos (tinha até a dança da vassoura!). Havia o acender da fogueira, fogos de artifícios e, apesar de ser proibido, balões no ar. O céu era especial! As estrelas pareciam brilhar mais do que em qualquer outro lugar. Também havia a apresentação da quadrilha, que vinha da cidade apresentar-se para nós. Ah... Era tão bom!
Essa saudade me fez sorrir. É essa a saudade que eu gosto de ter!