quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O que era doce se acabou

                               

                          Era uma bela menina. Estava com três ou quatro anos de idade, brincava e sonhava como qualquer criança normal, cercada do amor dos seus pais e irmãos. Vamos chamá-la (por que não?) Estela. Esta garota tinha a mania de arrastar um paninho e chupar chupeta (a melhor do mundo!). Contudo, perdia sua chupeta com a maior facilidade (já era frequente). Um dia sua mãe ameaçou-a. Se Estela perdesse aquela chupeta, jamais teria outra. Ela, então, passou a prestar atenção onde guardava para que nunca mais perdesse.
Estela, às vezes, como toda criança, repetia hábitos dos adultos.Havia um garoto de mais ou menos doze anos, vizinho de Estela, que costumava brincar à tarde na frente da sua casa e conversar com ela e sua mãe, Ah! Ele era tão bonito! Estela pensou: "Quando crescer vou namorar com ele. É bom olhar pra ele.."
Ele até disse que queria ser seu namorado! Claro que era brincadeira.
Certo dia, entre brincadeiras e conversas, Estela cansou, foi pegar seu paninho e sua chupeta e aninhou-se junto da sua mãe. O rapazinho comentou que ela não tinha mais idade para chupar chupetas e que namorada dele não chupava chupetas, que ela estava feia, blá, blá, blá. A garotinha não ligou. Sua mãe, então, contou que se ela perdesse aquela chupeta, nunca mais teria outra.
O rapazinho, repentinamente, arrancou-lhe a chupeta da boca e jogou longe. Estela chorou de desespero. Pois naquela hora ela soube que perdera o objeto de estima e, de quebra, conheceu a raiva.
Estela nunca mais dirigiu a palavra ao pretenso  futuro namorado. Apesar de ser uma criança, ela jamais olhou pra ele novamente.
O garoto arrependeu-se. Não pensou que a menina fosse ter aquela reação. Ele ainda tentou chegar, brincando na frente da casa da garota, mas quando ela via que ele vinha em sua direção, tratava de entrar. Se ele já estivesse lá, ela não saía.
A confiança que Estela tinha no garoto e a admiração que sentia por ele acabaram, porque ela se sentiu traída, roubada, o que era doce se acabou.
 

2 comentários:

Jorge disse...

Confiança é muito vaporoso, sutil de se lidar.
Devemos sempre ter o máximo de lucidez para não quebrar a confiança. Uma vez quebrada, dificilmente tem remendo.

Um beijo, Coração!!!

Estrela disse...

Obrigada por comentar, querido amigo!
Beijão!