domingo, 18 de outubro de 2009

FANATISMO










Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida

Meus olhos andam cegos de te ver !

Não és sequer a razão do meu viver,

Pois que tu és já toda a minha vida !





Não vejo nada assim enlouquecida ...

Passo no mundo, meu Amor, a ler

No misterioso livro do teu ser

A mesma história tantas vezes lida !





"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."

Quando me dizem isto, toda a graça

Duma boca divina fala em mim !





E, olhos postos em ti, digo de rastros :

"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,

Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."





Livro de Soror Saudade (1923)

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