sábado, 30 de outubro de 2010

MÃOS

Outro dia, caminhando pela rua, me detive em um par de mãos. Eram mãos que seguravam o volante de um carro com uma firmeza que eu seria capaz de sentir, como se eu fosse o próprio volante. Visualizei-as um pouco mais (pois não conseguia tirar os olhos delas) e pensei com meus botões: reconheceria essas mãos em qualquer lugar!" Eram as mesmas que um dia massagearam os meus ombros e aqueles polegares que agora tamborilavam uma música qualquer naquele volante, eram os mesmos que, em meio a massagem, deslizaram pela minha nuca. Aquelas eram mãos médias, porém fortes e precisas. Eram mãos treinadas pela labuta diária! Ah!........Aquelas mãos! Seriam as mesmas que um dia me envolveram em um abraço demorado e apaziguador? Seriam as mesmas que um dia,cheias de cerimônia,me puxaram para si desencadeando num longo, terno e forte abraço? Seriam as mesmas que me seguraram com firmeza, impedindo que eu me desvencilhace de um abraço? Seriam as mesmas que, posteriormente, me segurando forte os ombros repeliram meus carinhos? Eu estava certa que sim. Só havia uma maneira de ter certeza: olhando para o dono daquelas mãos. Tudo isso aconteceu em fração de segundos. Então, me enchi de coragem e desviei meus olhos para o antebraço, depois para o braço e finalmente visualizei o rosto. Era o rosto do meu amado! Seus olhos pareciam me censurar por algo que nem sei se fiz ou se deixei de fazer. Então, gelei! Minhas mãos,minha espinha, tudo em mim gelou. Me senti a própria adolescente ( que ridículo )! Mas gostei dessa sensação! Diante daquele olhar perscrutador, não tive outra opção, a não ser de seguir adiante levando na lembrança o calor daquelas mãos.

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